segunda-feira, 3 de outubro de 2016



O analfabeto político
 Bertold Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
 do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
 dependem das decisões políticas.

 O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
 a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
 o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
 pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. 
Nada é impossível de Mudar 
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. 
E examinai, sobretudo, o que parece habitual. 
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
 hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem 
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, 
de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
 nada deve parecer impossível de mudar.

http://www.mcpbrasil.org.br/o-mcp/poemas/item/344-bertold-brecht-o-analfabeto-pol%C3%ADtico

    Hoje em dia, é comum ouvirmos muitas pessoas dizendo que não querem saber de política ou detestam política. Espero que o poema de Brecht tenha ajudado você, estudante, a perceber o quão grave é essa afirmação. Não há como o ser humano se ausentar da política. A “ausência” já seria um posicionamento e com graves consequências, como vimos pelo poema.


    Mas se a política é tão importante, como tanta gente pode afirmar que não gosta de política? É que as pessoas que assim falam, estão se referindo a “política profissional” e ao afirmarem que detestam política querem na verdade, fazer uma critica ao andamento das políticas e ao comportamento de alguns políticos profissionais que se corrompem e não fazem política, mas POLITICAGEM. Vamos usar esse termo para falar da má política, a partir de agora ok?

     A corrupção, o “se dar bem” à custa do dinheiro do povo, não é política. É politicagem e crime. E precisamos criar mecanismos de defesa para combater essas más práticas.

    Espero que essa introdução tenha ajudado a você a querer saber mais sobre política para que possa assumir o seu papel de cidadão consciente e ativo na comunidade que vive. Vamos começar a aula de hoje: a invenção da política!

    Falamos que a política nasce na Grécia. Quer dizer que não existia política antes dos gregos? Não é bem assim! Sempre existiu o poder, mas o exercício dele era exercido por autoridades patriarcais e despóticas. Foram os gregos que reformularam o sistema de poder e por isso falamos que a política nasceu com eles. Os gregos inventaram a democracia. E é a democracia que nos lança na possibilidade de participação política e elimina a arbitrariedade dos poderes tirânicos.

   Na democracia somos cidadãos e podemos participar das decisões políticas. Na democracia, os governantes não são mais definidos hereditariamente, como nas monarquias. Ao contrário, são eleitos. Separa-se o poder político do religioso. Separa-se o poder militar do poder civil.


     Na democracia, a leis são criadas depois de muitas disputas, mas emergem como aspiração da comunidade e por isso são impessoais. Ou seja, não existem porque esse ou aquele quer, mas nascem de um consenso, da vontade da maioria. Essa é a ideia de direito! As novas leis criam direitos e deveres para todos os cidadãos que são iguais perante a lei.

      A palavra política vem de pólis que em grego significa cidade. Por aí, podemos perceber que a política se relaciona com a cidade, ou seja, com o bem comum.

      Não ficamos nada felizes quando os “políticos” se esquecem disso e ao invés de cuidarem do bem comum se beneficiam indevidamente do lugar que ocupam e tratam de encher o próprio bolso. Mas lembre-se! Isso é politicagem!

      Para os antigos, que criaram esse belo caminho para a humanidade, que considera todos os cidadãos como iguais, “a polís perfeita deve ser autárquica. Autarquia ( auto=próprio + arquia, derivado de arché=princípio), ou seja, capaz de governar a si próprio e prover as necessidades básicas de seus cidadãos”.

      A democracia é então, o melhor caminho para os seres humanos praticarem a justiça. As leis impedem a justiça “do olho por olho, dente por dente”. Ninguém pode fazer justiça com as próprias mãos. Essa é a lei do mais forte, da selva.

     O ser humano é dotado de logos (pensamento, linguagem, racionalidade) e isso nos leva a buscar entre nós, um consenso sobre como devemos viver, o que é mais justo ou injusto, o que é certo ou errado.

     E todos os cidadãos podem e devem participar dessa discussão, pois somos “animais políticos”, nos ensina o filósofo Aristóteles. Sim, somos os únicos animais que CRIAM leis. Então, dizemos que os seres humanos são políticos por natureza, em oposição aos demais animais que vivem segundo as leis da natureza.

    Até hoje estamos buscamos mecanismos para aperfeiçoarmos a democracia que foi inventada há tantos séculos. Muita coisa já mudou ao longo dos anos.

    Os gregos, mais especificamente, os atenienses, criaram a democracia direta. Hoje, vivemos na democracia representativa. Votamos e elegemos quem vai nos representar. Por isso é fundamental acompanhar de perto o que fazem os políticos profissionais. Outra diferença grande em relação à democracia de hoje e a da antiguidade é que quando foi criada só eram considerados cidadãos os atenienses, homens e livres. Ou seja, mulheres, estrangeiros e escravos não participavam da vida pública. Demorou muito tempo para as mulheres serem consideradas cidadãs e poderem participar da vida pública. Como a democracia pressupõe a igualdade de todos os cidadãos, não deixar ninguém de fora é aperfeiçoar a democracia. Entendeu?


     Espero que você esteja, a partir dessa aula, mais consciente da sua importância na cidade e que quando ouvir alguém falar que “detesta política” possa declamar o poema de Brecht para os amigos que ainda não compreenderam isso!


Questão 01: Escreva sobre a diferença de politicagem e política, segundo a aula de hoje.


Questão 02: Explique com suas palavras a concepção de Aristóteles: o homem é um animal político.

Questão 03: (FGV)Leia atentamente os versos de cunho político do poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht:

“Nós vos pedimos com insistência:
Nunca digam — isso é natural! (...)
A fim de que nada passe por ser imutável”

De acordo com as ideias de Brecht expostas no trecho acima é correto afirmar que:
a) O ser humano faz parte da natureza e por isso o mundo que constrói é imutável.
b) Os valores humanos são absolutos, portanto não podem ser modificados.
c) O homem é superior à natureza e por isso o mundo construído por ele é imutável.
d) Os valores humanos são estáticos, pois são frutos de suas predisposições naturais.
e) O ser humano é criador de valores e por isso estes podem ser modificados.

Questão 04: (FGV) Partimos do pressuposto de que filosofar é não aceitar como óbvias e evidentes as coisas sem antes tê-las investigado. Entre os inimigos da filosofia encontram-se políticos a quem interessa que a filosofia seja desprezada. Impedir que os homens se tornem sensatos é uma estratégia da má política. No texto Filosofia no mundo, Carl Jaspers, seu autor, afirma: “massas e funcionários são mais fáceis de manipular quando não pensam, mas tão somente usam de uma inteligência de rebanho”.

Nesse contexto, inteligência de rebanho é:

a) a existência de muitas pessoas inteligentes que tomam decisões comuns, sensatas e benéficas para a maioria da sociedade.
b) fruto de um grupo de homens sensatos que consegue se diferenciar da má política através de uma atuação coletiva e organizada.
c) a massa e os funcionários que se organizam para defender seus direitos, fazendo frente à má política.
d) uma maioria de pessoas que se deixa influenciar por um pensamento dominante na sociedade, sem antes criticá-lo.
e) a originalidade de um pensamento que acaba por influenciar muitas pessoas se tornando assim mais forte para efetivar mudanças no mundo.



     Quando falamos em PODER pensamos em governos, polícia, exércitos, justiça.

    Esse caminho do pensamento nos leva a uma determinada concepção de poder que se localiza no Estado. E é certo que os aparelhos do Estado detêm bastante poder.
     
    Mas será que o poder só pode ser pensando dessa forma? Claro que não!

   Há poder entre um homem e uma mulher, entre pais e filhos, entre os que sabem e os que não sabem. E muitas outras relações!

    Isso nos ajuda a pensar que se além da possibilidade de pensarmos o poder associando diretamente ao Estado institucionalizado, um poder que vem de cima para baixo, também há a possibilidade de pensarmos um caminho inverso.

    Veja o que nos ensina o filósofo Francês, Michel Foucault.

“Na sociedade, há milhares e milhares de relações de poder e, por conseguinte, relações de forças de pequenos enfrentamentos, microlutas, de algum modo. Se é verdade que essas pequenas relações de poder são com frequência comandadas, induzidas do alto pelos grandes poderes do Estado ou pelas grandes dominações de classe, é preciso ainda dizer que, em sentido inverso, uma dominação de classe ou uma estrutura de Estado só pode funcionar se há, na base, essas pequenas relações de poder. O que seria o poder do Estado, aquele que impõe, por exemplo, o serviço militar, se não houvesse, em torno de cada indivíduo, todo um feixe de relações de poder que o liga a seus pais, a seu patrão, a seu professor — àquele que sabe, àquele que lhe enfiou na cabeça tal ou tal ideia?”

(FOUCAULT, Michel. “Poder e Saber” – entrevista com S. Hasumi, 1977, in Ditos e Escritos, Vol. IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006, pp.231-232

    Isso nos ajuda a pensar que o poder não se encontra em um ponto determinado, por isso falamos em relações de poder. E onde há poder há sempre alguma resistência. Por isso, nenhuma relação de poder é absoluta ou incontestável. E mais: as relações de poder são reversíveis. Ou seja, sujeitas a mudanças.

   Sim! As relações de poder são um jogo que se transforma, às vezes reforçando o sentido; outras, o invertendo.
O poder não esta num centro definido, ele esta em toda parte, múltiplo.
Foucault, fala em “onipresença do poder”: não porque tenha o privilégio de agrupar tudo sob sua invencível unidade, mas porque se produz a cada instante, em todos os pontos, ou melhor, em toda relação entre um ponto e outro. O poder está em toda parte; não porque englobe tudo e sim porque provém de todos os lugares.(...) Poder é o nome dado a uma situação estratégica complexa numa sociedade determinada.”
E o que podemos extrair dessa nova concepção de poder? A antiga era que o poder tem um centro e vem de cima. A que apresentamos hoje, pra você, mostra que o poder é múltiplo, está em todos os lugares, é reversível.
Seguindo os passos de Foucault, aprendemos que:

    →O poder se exerce!

    → as relações de poder não estão em posição de superestrutura, com um simples papel de proibição ou de recondução; possuem, lá, onde atuam um papel diretamente produtor.

    →que o poder vem de baixo.

    →não há poder que se exerça sem uma série de miras e objetivos. O poder é intencional e não subjetivo. Isso não quer dizer que provém de uma determinada pessoa, de um indivíduo. Lembre-se de que estamos no âmbito das relações de poder e não de um poder central.

   →onde há poder há resistência. Nenhum poder se manteria sem uma multiplicidade de resistências. E a resistência também não nasce de um foco central revolucionário. As resistências se dão no plural e existem nos mesmos campos do poder.

 →Resistencia é um dos termos nas relações de poder. “Os focos de resistência disseminam-se com mais ou menos densidade no tempo e no espaço, às vezes provocando o levante de grupos ou indivíduos de maneira definitiva, inflamando certos pontos de corpo, certos momentos da vida, certos tipos de comportamento.”

Nas ruas dizem que “o gigante acordou”, em uma menção sobre o povo brasileiro que na sua frágil e recente democrática tomou, enfim às ruas, lembrando que elas são nossas!

    O convite é para que você, estudante busque se politizar e isso, implica desejar a mudança. Fazer do seu desejo uma força, uma resistência.

     Então, deixo para sua reflexão final, uma pergunta com a qual o filósofo da aula de hoje, Foucault, nos provoca: “Como o desejo pode e deve despender suas forças na esfera do político e se intensificar no processo de mudança da ordem estabelecida?”

    E ele nos alerta sobre os perigos do poder e nos alerta!

Não se apaixone pelo poder!


Questão 01- Cite pelo menos duas diferenças entre a concepção de poder para Foucault e a concepção mais tradicional de poder.

Questão 02- Em junho de 2013, as ruas das principais cidades brasileiras foram tomadas pela população, em sua maioria, jovens, em uma grande mobilização popular. O protesto foi, inicialmente, contra o aumento das passagens de ônibus. Mas o levante popular trouxe outras importantes reinvindicações da sociedade brasileira. As novas tecnologias exerceram um papel fundamental no movimento que alguns chamam de a Primavera Brasileira, em comparação à primavera árabe que derrubou governos ditatoriais no oriente. Comente essa afirmação à luz da concepção de poder da aula de hoje.

Questão 03-(FGV) A imagem que nos foi transmitida do povo brasileiro como submisso, ignorante e fanático é uma construção recente das minorias dirigentes e de seus intelectuais. (...) É necessário se aproximar do povo comum com um mínimo de realismo. Ele não pediu licença às elites para lutar por seus direitos e mostrar ser mais consciente mais politizado e mais agressivo do que as minorias esclarecidas gostariam. (Aquino, R.et.al. BRASIL: uma história popular. Rio de Janeiro: Record 2003)

De acordo com o trecho é possível afirmar que:
a) Somente as minorias são submissas.
b) A elite intelectual ajuda a desfazer a imagem do brasileiro como submisso.
C) O brasileiro não é submisso, a má qualidade da educação leva à ignorância.
d) O povo comum é submisso diferente da minoria intelectual que o dirige
e) A imagem do brasileiro como submisso é falsa.


     Muito se fala em globalização e nessa aula vamos refletir sobre a relação desse conceito com o advento das novas tecnologias. Sim, os dois conceitos estão interligados, e ainda nos remetem a um terceiro que seria o neoliberalismo. Mas vamos devagar...

      A noção primeira de globalização nos traz a ideia de “aldeia global”. Perceba como a imagem já nos dá uma pista de como globalização e tecnologia dialogam diretamente. O mundo é uma aldeia!


    A imagem é que todos podem se comunicar com todos. As novas tecnologias aproximaram os espaços e alteraram a relação com o tempo. Num clique falamos com alguém do outro lado do mundo; em poucas horas chegamos ao outro lado do mundo. O processo de globalização é efetivado pelas novas formas de comunicação e transporte.
   Parece maravilhoso que o ser humano tenha conseguido tamanho progresso, não é mesmo?
   Mas será que o que dizem por aí é o que é de fato? A Globalização seria mesmo a grande maravilha da atualidade?
   A grande mídia apresenta a globalização como uma solução para reduzirmos a desigualdade social, pois todos podem ter acesso a tudo no mundo globalizado. Quase tudo fica ao alcance do seu Clik!

  Na verdade, a globalização é o apogeu da internacionalização do capital. Hoje, convivemos com a lógica do mercado em todas as dimensões da vida. Lógica que se alicerça sobre o desenvolvimento econômico.

 E na aldeia global, o que se verifica não é a maravilha prometida: vemos países desenvolvidos e países periféricos que não participam da “festa” da abundância prometida pela globalização.
    Mas o que tem a globalização que acaba por gerar consequências que levaram a humanidade para o lado oposto de onde gostaríamos de ter ido? Sim, pois tenho certeza de que você, estudante vai concordar comigo que todos desejamos ser felizes e vivermos em um mundo mais justo e com menos desigualdades sociais.
    Vamos caminhar, então, no sentido de uma reflexão crítica ao conceito de globalização. É nesse ponto que o conceito de globalização se aproxima do neoliberalismo. Muitos teóricos usam o termo mundialização para diferenciar a crítica que fazem do otimismo que a grande mídia criou para a internacionalização do capital.

“O neoliberalismo é uma teoria econômico-politica formulada por um grupo de economistas, cientistas político e filósofos que se opunha ao surgimento do Estado de Bem-Estar social e social democrata. Navegando contra as correntes das décadas de 1950 e 1960, esse grupo elaborou um detalhado projeto econômico e político que atacava o Estado do Bem-Estar social com seus encargos sociais e com a função de regulador das atividades do mercado. Afirmava que esse tipo de experiência destruía a liberdade dos cidadãos e a competição, sem as quais não há prosperidade.” (Iniciação a filosofia, Chauí_ pg. 358)

    Perceba que o neoliberalismo é contra a teoria do Bem-Estar Social que é uma das tarefas do Estado. No neoliberalismo prevalece a ideia de um Estado mínimo. É dai que surgem as privatizações, tema recorrente na mídia! O que é propriedade e função do Estado passa para mãos de empresas privadas.
    O que chamamos de Estado Moderno se baseia na soberania militar (defesa do território nacional) soberania cultural ( identidade do Estado) soberania econômica ( limitações às importações e exportações com, as barreiras alfandegárias).
   Note que uma importante base de poder dos Estados Modernos se assentava no mercado nacional.
     Na fase globalizada do capitalismo, essa base se corrompe e fragiliza o poder público. E se o poder do Estado diminui, diminui também a capacidade do Estado proteger os cidadãos.
    A lógica de mercado se apoia nas políticas neoliberais que tendem a dissolver a noção de Estado.
   Se o Estado se fragiliza os poderes públicos passam a ter menos poderes para defender os interesses dos cidadãos. A perda da independência econômica torna o Estado um gestor de grandes corporações (multinacionais) e criador de condições favoráveis aos investimentos estrangeiros.

   A globalização também destrói a soberania cultural. Na aldeia global, as culturas são pasteurizadas. E os países mais fortes impõem sua cultura aos mais fracos.
   Come-se Mac Donald no mundo inteiro. Mas não se come acarajé! Entendeu onde mora o perigo? A diversidade das culturas se reduz a um modelo único.
   No neoliberalismo, somos consumidores. Como assim? Consumimos desde sempre! Sim, mas no neoliberalismo, o consumo é o principal motor. A propaganda é a alma do negócio e antecede a lógica da produção.
   Isso muda tudo! Saímos de um modo de vida que se baseava na produção para um modo de vida que se baseia no consumo. E saiba que esse modelo é copiado pelo modo norte-americano que disseminou essa ideia como fez com o Mac Donald! Esse estilo é conhecido como “american way of life” ( para saber mais sobre isso, assista um excelente e divertido vídeo no youtube, que se chama A história das coisas.)
   “Na sociedade de consumo, o desejo de ser, de dar uma vida, é substituído pelo desejo de ter, de consumir desenfreadamente.” 


    Pobres ou ricos, ficamos reféns de uma mesma lógica: a de consumir para sermos felizes. As tecnologias, principalmente a televisão, e as atraentes imagens das propagandas criam a ilusão de que todos podem ter as mesmas coisas, basta se esforçarem. O neoliberalismo dá ênfase à meritocracia e esconde as diferenças de oportunidades que dependem do contexto de cada época e de cada lugar.
      Poucos são os que podem consumir e aproveitar as maravilhas da globalização.
     Na verdade, a globalização deu mais oportunidades aos mais ricos, que já têm acesso às recentes tecnologias de forma efetiva e criou bolsões de enorme pobreza no mundo inteiro. É por isso que globalização vira mundialização, quando queremos fazer uma crítica a esse modelo.
     A globalização é um paradoxo: é muito benéfica para poucos, mas deixa de fora dois terços da população mundial. (John Kavanagh- membro de pesquisa política de Washington).
     O nobre passado indígena da América, a brilhante civilização europeia, a sábia história das nações asiáticas e a riqueza ancestral da África e da Oceania são corroídas pelo modo de vida americano. O neoliberalismo impõe a destruição de nações e de grupos de nações, ao fundi-los num único modelo. Trata-se, assim, de uma guerra planetária (a pior e a mais cruel) que o neoliberalismo move contra a humanidade.

    Mas lembre-se da aula anterior, onde há poder há resistência. E por isso, na mesma esteira das tecnologias que promovem a globalização, grupos se organizam mundialmente como resistência a americanização do mundo. Um outro mundo é possível e ele também esta inscrito como possibilidade na nova ordem mundial!


Questão 01- Relacione o conceito de globalização com tecnologia.

Questão 02-Porque a globalização é um paradoxo?

Questão 03- Você aprendeu que“ american way of life” é o estilo de vida norte- americano. O que caracteriza esse estilo que na globalização é difundido como um modelo único para todos os povos?